sábado, 18 de outubro de 2008

HISTÓRICO DA ESCOLA

Ø HISTÓRICO DA ESCOLA

Foi instalado em 1900, pelo Professor Joaquim Luiz de Brito, desempenando honrosa incumbência que lhe outorgara o então Presidente do Estado de São Paulo, Fernando Prestes de Albuquerque por meio de oficio datado de 21 de fevereiro desse mesmo ano, para organizar e dirigir o “Grupo Escolar da Bella Vista”.
O prédio escolhido havia sido construído para ser o hospital de uma sociedade beneficente Italiana, e se localizava na Rua Major Diogo, esquina da Rua São Domingos, prédio ainda hoje existente.
Nessa ocasião empenhava-se o Governador em modernizar o Ensino, tendo para isso contratado uma grande educadora norte-americana, Miss Brown. Foi ela que criou a 1ª “Escola Modelo”, a qual serviu de paradigma aos diversos “Grupos Escolares” instalados em qualquer bairro da Capital.
Com a autonomia que lhe havia sido concedida escolhem “a dedo” os professores, os quis sob sua firme orientação, fizeram dessa Escola uma das de maior prestígio no Estado.
Como uma justa homenagem, o nome de muitos deles, a saber: Antonio Peixoto, Alfredo Machado Pedrosa, Benedito Galvão Gabriel Ortiz, João Chissostomo Buenos dos Reis, Alice Maneille, Celestina Amaral, Christina de Aquino, Dulce Carneiro, Gabriela Vuono Gomes Caldas, esta como substituta, Dona Garibaldina, Guiomar Chi, Julieta Varella Henriqueta Puigari, Sra Vasconcelos, Zulmira Reis, Zuilmira de Almeida Neto e Maria Chistina Vuono, esta merece referencia especial, porque muito bonita e inteligente, desembaraçada e sobretudo, muito bondosa, acabou conquistando a admiração de suas colegas e... o coração do diretor, o “Seu Brito” como era chamado: casaram-se em 20 de setembro de 1902.
O diretor sempre estimado e respeitado por todos, pois apesar de sua aparência severa era justo, humano, compreensivo para com todos, fossem professores, alunos ou funcionários. No cargo permaneceu até 1913, quando foi escolhido e nomeado para ser inspetor Escolar, e no qual de aposentou, após 37 anos de serviços ininterruptos.
Como homenagem, o seu nome foi dado a Biblioteca do seu grupo, a uma rua da Cidade e ao Grupo Escolar do Bairro de Itaberaba, na Freguesia do Ó.
O 2º diretor do Grupo escolar da Bella Vista foi o Prof. Benedito Borges Vieira, que lá ficou por muitos anos depois, e o 3º Prof. Galdino Chagas, Outros viram a seguir muitos anos depois, o nome do Grupo escolar foi mudado para “Julio Ribeiro”, como um preito de admiração e respeito a outro grande Educador Paulista.
No Bairro do Bixiga, localizavam-se no final do sec. XIX e início do sec. XX grande partes dos imigrantes do sul da Itália calabreses e em sua maioria: brava gente que largaria suas casas, suas terras, seus parentes, em busca de uma vida melhor, trazendo em seus corações a esperança, a força de vontade a honestidade e o respeito pela terra que carinhosamente os recebia, e que eles começaram a querer bem.
Gente que mourejava o dia todo para educar seus filhos, e o primeiro passo nesse sentido era matriculá-los na escola, ou melhor, no Grupo, sonhando que um dia eles seriam “dottori”... E quantos não o conseguiram?
Milhares de crianças passaram pelos seus bancos, e se fosse possível fazer uma pesquisa nesse sentido, quantos desses “italianinhos” encontraríamos exercendo as profissões de médicos advogados, dentistas, contadores, artistas, professores, etc. muitos dos quais brilhando na fulgurante constelação de professores universitários, dos grandes profissionais e dos grandes políticos.
A essa nobre gente, as homenagens muito merecidas, de todos nós filhos desta terra.
O nome da escola foi mudado em 04/12/64, para E.E.P.G. “Drª Maria Augusta Saraiva”

QUEM FOI MARIA AUGUSTA SARAIVA?

A Drª Maria Augusta Saraiva nasceu em 31 de janeiro de 1879, em São José do Barreiro, neste estado, filha do Major José Joaquim Saraiva e de D. Leopoldina Saraiva. Nomeado o Major Saraiva para o cargo coletor Estadual de Araraquara, para ali se transferiu com a família, onde residiu 8 anos.

Removido para a cidade de Rio Claro, onde fixa residência, matricula sua filha Maria Augusta no renomado Colégio Inglês; de justificado renome, tanto assim que transferindo a escola para esta Capital, com ela vieram muitos de seus alunos.
Em São Paulo já adolescente, Maria Augusta Saraiva passou a freqüentar um curso preparatório, sob a direção do emérito educador José Eduardo de Macedo Soares, prestando exames no curso anexo a faculdade de Direito, do Largo de São Francisco, e a seguir matriculou-se naquela faculdade (41.897) e nela bacharelou-se em 1902.
Seu curso sob as Arcadas foi tão brilhante que lhe valeu um prêmio de viagem à Europa.
Uma vez formada, iniciou-se logo na prática forense no escritório dos advogados José Joaquim Saraiva Junior irmão e Francisco de Castro Junior. Estréia na Tribuna Judiciária a 11 de julho de 1902, fazendo a defesa de um criminoso no Tribunal de Justiça da Capital. Posteriormente, já aureolada pela fama, foi defender um criminoso de morte, na cidade de Jaboticabal, alcançando sua absolvição.
Atraída pelo magistério, abandonou a advocacia e fundou, nesta Capital, o Colégio Paulistano, um estabelecimento de ensino secundário para moças que prestou assinalados serviços para nossa cultura entre 1904 e 1908. Esse colégio foi uma casa de cultura que brilhou nos primeiros anos deste século.
Nomeado Juiz Municipal do Rio de Janeiro, mudou-se para lá o Dr. José Joaquim Saraiva Junior. Para acompanhar seu irmão, a Drª Maria Augusta Saraiva transfere-se o seu estabelecimento de ensino a um dos mestres, o Dr. Luis Antonio dos Santos, o qual transformou o então Colégio Paulistano em Instituto de Ciências e Letras, ainda hoje existente.
Depois de alguns anos de ausência desta capital, a Drª Maria Augusta regressou a São Paulo, e não lhe sendo permitido o magistério Oficial, por falta de formação Pedagógica, resolve matricular-se na Escola Normal da Praça Instituto de Educação “Caetano de Campos”, onde diplomou-se em 1918
Satisfeita assim as exigências legais, feito o estágio de modesta professora substituta da Drª Maria Augusta Saraiva ingressou no quadro do Ensino primário oficial do estado, por concurso de provas e títulos, onde permaneceu até o ano de 1947
Antes de aposentar-se foi nomeada Consultora Jurídica do Estado, com toda justiça pelo brilho de sua vida na Advocacia e no Magistério. A Drª Maria Augusta Saraiva depois de longa e fecunda existência faleceu em São Paulo no dia 28 de setembro de 1961. Em reconhecimento pelas suas excelsas qualidades de educadora e jurista o Governo do Estado, por meio da Lei 8.469, de 04 de dezembro de 1964, imortalizou o seu nome consagrando-a como Patrona do estabelecimento de Ensino do Bairro da Bela Vista, que há de sempre titular-se justa e merecida homenagem, pelos seus incontáveis méritos. O seu nome no frontispício de uma casa de ensino honra sobremaneira o educandário e impõe, aos que a freqüentam, a responsabilidade moral de seguir exemplos dignificantes